Adicionalmente, foram instituídas medidas de descompressão intest

Adicionalmente, foram instituídas medidas de descompressão intestinal com colocação de

sonda nasogástrica, sonda retal, mobilização periódica da doente da posição de supinação para pronação e dieta zero. Vinte e quatro horas após a otimização da terapêutica observou-se resolução do megacólon tóxico (cólon transverso com 5 cm nesta altura), contudo sem melhoria clínica satisfatória ao 3.° e 7.° dias, mantendo-se febril (37,5°-38,0 °C), com 4-5 dejeções diárias com sangue, cólicas abdominais e parâmetros inflamatórios elevados. Entretanto, os exames culturais seriados (hemoculturas e coproculturas), a pesquisa da toxina A e B do Clostridium difficile e o estudo parasitológico das fezes foram negativos. O resultado das biopsias da mucosa cólica corroborou a hipótese de CU em fase ativa sem MAPK inhibitor identificação de microrganismos patogénicos ou superinfeção por citomegalovírus. Por persistência da atividade moderada/grave da doença após 7 dias de corticoterapia, optou-se pela instituição de terapêutica biológica com infliximab na dose de 5 mg/kg. Nos primeiros 7 dias após a primeira administração observou-se rápida normalização do trânsito intestinal (1-2 dejeções

por dia com consistência mantida e sem evidência de Ipilimumab perdas hemáticas), mantendo-se apirética, hemodinamicamente estável e com progressiva normalização dos parâmetros laboratoriais (nomeadamente da Hb e parâmetros inflamatórios) (tabela 1). A doente apresenta 5 meses de seguimento, encontrando-se em remissão sob dose de manutenção com infliximab (5 mg/kg de 8/8 semanas, após 3 doses de indução às semanas 0, 2 e 6) e já sem corticoterapia

concomitante, que se suspendeu ao fim de 3 meses após desmame progressivo. 2 meses depois do início da terapêutica, foi realizada colonoscopia total, que mostrou mucosa cólica com pólipos inflamatórios dispersos, contudo, sem evidência endoscópica de atividade da doença. A maioria dos doentes com CU tem manifestações ligeiras ou moderadas de doença, contudo cerca de 10% tem como apresentação inaugural quadro HSP90 de colite grave ou, mais raramente, de megacólon tóxico6. O caso clínico apresentado é exemplo de um desses casos: a rápida instalação de um quadro de doença cólica grave, de etiologia inicialmente não esclarecida, com evidente repercussão sistémica e desenvolvimento de megacólon exigiu uma rápida e eficaz intervenção médica. Assim, na forte suspeita de CU grave, ainda que sem confirmação histológica e com os exames culturais em curso, optou-se por iniciar corticoterapia endovenosa (60 mg por dia) associada a antibióticos de largo espectro. Esta opção terapêutica tem-se revelado segura, mesmo quando mais tarde a etiologia revela ser infecciosa3.

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